Aprende a poupar e a investir o teu dinheiro
- Descomplica Blog
- 31 de mar. de 2021
- 5 min de leitura
Como poupar: Portanto, clicaste neste artigo porque queres saber mais como poupar. Vieste ao sítio certo porque iremos descomplicar muitos dos assuntos relacionados. Desde orçamentos, a fundos de emergência, a investimentos. O nosso estilo de vida desde as coisas que compramos, aos sítios que vamos, aos eventos que frequentamos e a situação financeira que estamos irão determinar os teus gastos e é um ponto crucial para refletires sobre a vida que estás de momento a “consumir”. Outra determinante são os objetivos a curto prazo e longo prazo, quem tu és, quem queres ser, onde caminhas e onde queres chegar, são fulcrais para estabeleceres fundações para as tuas finanças.
impacto cumulativo das coisas Já percebemos que o nosso estilo de vida e os objetivos de vida que temos irão ditar muito as nossas despesas. É importante percebermos o impacto cumulativo das coisas, para ser possível perspetivar o que é mesmo necessário, e onde pequenas ações podem causar grandes impactos a longo prazo. Vamos analisar alguns gastos comuns: a membership comum de um ginásio é 40 euros por mês, são 480 euros ao ano, porém muitas pessoas faltam semanas, às vezes meses num ano; a Netflix a 15 euros são 180 euros ao ano; um pastel de nata e um café todos os dias antes do trabalho são 50 euros ao mês; 2 cafés da Nespresso por dia são 24 euros ao mês. Com isto não quero dizer que se têm de privar de beber café ou têm de começar a treinar na vossa garagem ou até mesmo deixar de beber café, mas é importante olharmos para as nossas despesas e perceber de facto o que nos traz valor e o que não traz. Esta visão crítica leva-nos ao nosso próximo ponto, o orçamento.
Orçamento
É imperativo que cries um orçamento, porque senão como é que irias poupar se não tens uma visão generalizada sobre os teus gastos e rendimentos. É bastante importante que arranjes um sistema, seja ele uma aplicação no teu telemóvel, ou uma folha de cálculo no Sheets ou Excel, para poderes ter uma visão alargada do que são os teus gastos, e a partir dai podes traçar um plano que inclua, as tuas poupanças, as tuas férias de verão, gastos fixos, e com isso vais perceber muito mais sobre a tua situação financeira e onde podes melhorar. Começa por ver quais são os teus rendimentos, pode ir desde o teu ordenado mensal, a outros biscates ou pequenos projetos que te trazem algum rendimento, é importante manteres o valor dos teus rendimentos fixos e ajustado aos impostos que tens que pagar. Neste caso, é preciso ter em atenção se estás num contrato por conta de outrem ou se és um prestador de serviços. Neste último caso, os valores podem variar e é importante saber quantos impostos vais pagar, porque é ligeiramente mais complicado do que a primeira situação. Em segundo lugar, contabiliza todas as tuas despesas fixas: renda, ginásio, Netflix e aproveita para diluir mensalmente as despesas anuais, como inspeção do carro, seguros, IMI, entre outros encargos, assim consegues ir preparando mensalmente para estas despesas. Depois cria um intervalo mínimo e máximo sobre as tuas despesas que variam, como comida, saídas, etc. Esta é a parte mais importante ao estabeleceres um orçamento, porque o objetivo é limitares gastos desnecessários, por exemplo se destinas apenas 30 euros para saídas, cafés, deves almejar não o atingir, porque irá abalar a tua situação financeira, se isto for ocorrente em todas as áreas. Portanto, tens o teu orçamento estabelecido, já destinaste uma parte para poupares, agora a pergunta é como vais poupar e perceber se poupar, é de facto a melhor estratégia. Mas primeiro é necessário recordar o que é a inflação porque é importante. Perceber a inflação A inflação parece sempre um tópico bastante complicado e por vezes difícil de entender. Mas vamos lá descomplicar: A inflação é a subida generalizada dos preços, causada pela impressão de mais dinheiro. Em linguagem de macacos, quando numa economia de macacos apenas existem 10 bananas, essa banana tem um valor direto agregado, mas se de um momento para o outro existirem 20 bananas, o valor da banana vai diminuir porque se torna menos valioso. Porque é que isto é importante para ti que queres poupar? Por vezes a escolha óbvia para criar um pé-de-meia é criarmos uma conta poupança e recebermos juros, porém a longo prazo é uma péssima ideia. Tomemos por exemplo uma conta poupança de 100€ a 0,01% no nosso banco, durante 1 ano, iremos ganhar em juros 1 cêntimo, porém se inflação subir 2% nesse ano a nossa poupança irá ter um valor 98€ em comparação ao ano anterior. Não quer dizer que perdemos dinheiro, simplesmente vale menos.
Fundo de emergência
Uma estratégia que irá permitir-te ganhar claridade para lançares-te ao mundo dos investimentos é criares um fundo de emergência, ou seja, uma conta poupança que consiga cobrir todas as tuas despesas durante um certo período de tempo, por exemplo 3 a 6 meses ou até mesmo um ano. Este fundo apenas deverá ser utilizado para algum imprevisto como a perda de emprego, um eletrodoméstico que se estragou ou uma despesa que não estavas à espera de ter. Conseguires estabelecer este fundo de emergência, permite ganhares estabilidade num período de incertezas e irá criar um pé-de-meia sólido para te focares em tópicos mais sensíveis como investir.
Investir Não iremos aprofundar muito o que é investimentos neste artigo porque é algo de risco e apenas deve ser feito após teres estabelecido tudo o que falamos anteriormente, como o orçamento e o teu fundo de emergência. Já vimos que também não podemos deixar o dinheiro numa conta poupança parado porque senão estamos a perder dinheiro para a inflação. Portanto, o teu next step será criares uma conta numa corretora, como a Degiro ou a E-Toro e começares com investimentos seguros como fundos de investimento que se alargam a vários setores de mercado, e, portanto, o risco é diluído. Mas não é suposto este artigo ser sobre “como investires”, porém, vou te deixar alguns exemplos que podem motivar-te a quereres saber mais sobre investimentos e como podes facilmente criar uma reforma mais que confortável. Vamos supor que todos os meses durante 40 anos, tu colocas 50 euros num fundo de investimento como a SP500, que há 9 anos tem um retorno ajustado à inflação de 8%, o teu retorno final seria de 155.251,39€. Se apenas poupasses sem contabilizar a inflação anual de 2% em média, terias apenas 24 000 poupados. Como podes ver é uma diferença astronómica. Com este pequeno exemplo podes ver o poder do dinheiro acumulado ao longo dos anos, esta é de facto a maneira de onde nascem a maioria dos milionários: reduzem ao máximo as suas despesas e investem a longo prazo, todos os cêntimos que conseguem. Espero que este artigo te tenha ajudado, deixem um comentário sobre o caso que gostaram mais e se gostariam de saber mais sobre investimentos.
Pedro Sousa
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