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Impacto da pandemia nas pessoas com deficiência auditiva

  • Foto do escritor: Descomplica Blog
    Descomplica Blog
  • 21 de abr. de 2021
  • 2 min de leitura

"A pandemia trouxe inúmeras consequências à vida de todos nós. Muitas delas percebemos que existem, pois afetam-nos direta ou indiretamente. Mas já pensou que existem muito mais para além das que fazem parte da sua vida? Por não fazerem parte da nossa realidade nem pensamos que elas existem. Ora vejamos o que me trouxe aqui.

Os surdos e as pessoas com perda auditiva depararam-se com uma nova realidade: o uso de máscaras. Para estas pessoas, este ato de usar máscara não lhes permite realizar leitura labial, ou seja, aquando da comunicação não se podem apoiar nos movimentos da boca para poderem entender melhor uma conversa.

No caso dos surdos, principalmente aqueles em que a surdez é congénita, a maioria tem como suporte a Língua Gestual e, deste modo, o uso das máscaras não tem um impacto tão grande. Ainda assim, a expressão facial não é tão bem compreendida e interfere na perceção das palavras e expressões.

Já naquelas pessoas que têm perda de audição, independentemente do grau de gravidade e que não usem esta forma de comunicar, os seus dias tornam-se ainda mais complicados. E não falo apenas no movimento dos lábios, mas também na intensidade do som da fala. A intensidade diminui com o uso das máscaras por estas “abafarem" o som, o que leva à distorção e falta de perceção das palavras na maioria das vezes.

Exemplos práticos como ir a um supermercado ou a uma farmácia e tentar compreender as pessoas torna-se algo complicado e afeta diretamente a pessoa, tanto no cansaço físico (para tentar perceber e/ou explicar-se aos outros) como no cansaço psicológico.

Por conseguinte, ao longo da pandemia houve uma grande evolução a todos os níveis na nossa sociedade e a criatividade não foi exceção: criaram-se máscaras com transparência na zona da boca, nomeadamente para profissionais que todos os dias lidam com estas pessoas: audiologistas, médicos, entre outros. Ainda assim, todos os profissionais de saúde, sejam de que área for, deveriam ter acesso a elas pois são de extrema importância para o bem-estar, não só destes doentes como da sociedade em geral.

Com isto, pretendo alertar a sociedade para que esteja sensível a este tema e que pense que do outro lado, ao virar da esquina, pode estar alguém que não tem o mesmo nível de audição e/ou compreensão e que todos os dias encontra um enorme obstáculo. Falar pausadamente e articular bem cada palavra são exemplos de grandes ajudas para com estas pessoas.

Em suma, que a falta de contacto físico entre os cidadãos inerente a toda esta situação que vivemos, não faça com que a compaixão, solidariedade e sensibilidade para com os outros se percam."

Ana Martins

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